A Grande Cidade, frame
Com 73 anos, Ahmad tem seis mulheres, que entre si vão dos 30 aos 67. Com todas elas, partilham um total de 60 filhos, o mais velho com 40 anos, e o mais novo com 2 meses. Como é de esperar os problemas não acabam. O clima entre as mulheres é de tensão constante, não só entre elas como com os próprios filhos, que mostram um comportamento agressivo onde é comum haver intimidação irmão-irmã e filho-mãe, exemplos que estes jovens vão certamente buscar ao pai. Nenhum deles acabou o ensino secundário, e muitos sofrem com abuso de substâncias e doenças psicológicas, provavelmente devido à falta de apoio da parte da família. As mulheres, objetos da autoridade castradora do marido e de agressão física e verbal recorrente, encontram na família o principal motor da sua opressão, quando este devia ser um espaço de conforto e amor.
Nestes casos, todo o conjunto de género/raça/religião/classe social, contribui para colocar a mulher e as crianças destes casamentos em risco, constituindo por isso importantes casos de estudo para a compreensão dos direitos da mulher.
Em “The story of bedouin-arab women in a polygamous marriage” é feita uma pesquisa acerca da dinâmica familiar e o papel da mulher num casamento poligâmico árabe, em Israel. A natureza patriarcal da comunidade árabe é evidente, e os papéis de género são arcaicos, sem serem questionados: as mulheres devem permanecer em casa e estar ao serviço do bem-estar da família.