Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera, ativistas transsexuais
Inicialmente, o feminismo prestou pouca atenção a mulheres transsexuais, apesar de, muitas perfilarem nas lutas das mulheres cis-género. Em The Transsexual Empire, testemunha-se o primeiro ataque de uma feminista radical às mulheres transsexuais, acusando-as de serem homens invasores do território da mulher. Apesar desta linha de pensamento, com a qual muitas mulheres se identificavam, muitas outras suportam mulheres transsexuais, considerando a luta de ambas, a mesma luta.
As mulheres transsexuais, para as feministas que as apoiavam, vieram comprovar a plasticidade do género e a importância da pluralidade de género como parte da experiência das mulheres, indo muito ao encontro daquilo que Judith Butler argumenta e desconstrói no seu trabalho.
Raewyn Connell é bastante precisa ao aludir a discriminação que mulheres transsexuais sofreram de outras mulheres, enquanto tentam caminhar para um território que se demonstra receoso com a sua presença, apesar de a luta ser a mesma: a de lutar contra a imagem do homem enraizada em todas as instituições que gerem e comandam a sociedade ocidental.
As reações de mulheres feministas face ao surgir da questão das mulheres transsexuais e dos ideais trans vieram moldar as visões políticas internas do movimento feminista e externas a um nível institucional.
CONNEL, Raewyn, Transsexual Women and Feminist Thought: Towards New Understanding and New Politics