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Euphoria, frame
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No episódio especial dedicado a Jules, uma rapariga transgénero, entramos no íntimo do imaginário e da mente da adolescente enquanto a acompanhamos num momento catártico de psicoterapia.
Neste momento, Jules fala sobre as relações que estabelece com outras mulheres, explicando que a maioria delas apenas a “olha” ou julga, e que poucas a vêem realmente como ela é. A personagem também reflete sobre a relação que estabelece com a imagem que tem de si mesma e como esta imagem está intimamente ligada com a perceção que homens têm dela: Jules afirma mesmo que passou a sua vida a definir-se por aquilo que homens pensavam dela, tentando conquistar a feminilidade a todo o custo, acabando a feminilidade por a conquistar.
Com visuais impressionantes, cheios de uma carga emocional melancólica, eufórica e intensa, testemunha-se a experiência de uma jovem-mulher transexual que vive de acordo com aquilo que a cultura pensa de si, definida por isso mesmo, cingindo-se ao binário, no entanto, testemunhamos também uma libertação por parte de Jules, que se desprende da imagem que o espelho da sociedade devolve de si, reclamando o seu género para si.
A intensidade de se ser uma mulher transgénero num mundo que parece ainda pouco disponível a reconhecer estas pessoas está presente neste episódio.
Euphoria é uma série atípica que retrata as vidas de adolescentes que frequentam o secundário numa cidade dos subúrbios americanos – atípica, porque, as experiências destes adolescentes, apesar de algumas vezes romantizadas, são muito próximas das experiências reais, pois as personagens lidam com problemas de abuso de drogas, sexualidade, violência e género.
“At least for me being trans is spiritual (...) it’s for me, mine, it belongs to me”
Euphoria
'Cause baby you were born this way
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