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Black Girl, frame

O filme retrata a maneira como a mulher negra era vista pelos ex-colonizadores, e como se integra na sociedade pós-colonial. Diouana espera chegar a França poder conhecer o país, mas não passa da cozinha, da sala de jantar, e do quarto. Pelo contrário: é tratada como “o outro”, como uma espécie rara e inferior, falando dela e dos indígenas/ex-colonizados como se ela não ali estivesse. É um testemunho realmente importante, diretamente de uma época em que o colonialismo era uma realidade, que envolvia muitas fragilidades e traumas, neste em específico, a relação colonizador/colonizado, no âmbito da mulher.

O senegalês Ousmane Sembène (1923-2007) já foi chamado “o patriarca do cinema africano”. Trata-se de uma fórmula jornalística, que se justifica pelo facto de Sembène ter sido o primeiro africano a realizar filmes na África subsaariana pós-colonial (nos anos 50, foram realizadas algumas curtas-metragens por africanos, porém em Paris e em Londres). Pela especificidade dos seus filmes, marcados por uma sóbria articulação e uma aguda consciência cultural, que não ignora as contradições da herança colonial, Ousmane Sembène personificou o cinema africano dos vinte primeiros que se seguiram às independências e ao nascimento de novos Estados. E por detrás da sua figura há a sua obra de cineasta, filmes que ilustram o seu talento de narrador e levam o espectador a pensar.

“Never will I be a slave”

Black Girl

Don't touch my hair

in “Black Girl”
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