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Militantes da OMA MPLA

Luta pela Independência 


I. Nigéria


As comunidades do Sudeste da Nigéria eram, anteriormente, dirigidas por grupos de homens e mulheres em vez de líderes singulares. Contudo, os ocupantes coloniais apenas permitiam “chefes” masculinos.

Antes do colonialismo, em muitas sociedades da África Ocidental, as mulheres cultivavam e participavam nos negócios locais e, por isso, estas tiveram de batalhar para ganhar dinheiro sob o domínio colonial. Apesar do pouco reconhecimento recebido, as mulheres ajudaram a produzir culturas importantes como o óleo de palma nas sociedades Igbo e o cacau nas sociedades Yoruba. Todavia, os colonialistas britânicos apenas permitiram o conceito de propriedade individual de terras na Nigéria aos homens, deste modo, as mulheres tiveram dificuldade em ganhar dinheiro com estas importantes culturas de rendimento.

Diversos grupos como a Associação de Mulheres do Mercado (liderada por Alimotu Pelewura) e a União de Mulheres Abeokuta (liderada por Funmilayo Ransome-Kuti), insistiram nos direitos das mulheres e ajudaram a difundir um sentimento de nacionalismo que acabou por levar a Nigéria a conquistar a independência em relação aos britânicos. Infelizmente, os líderes masculinos nigerianos não apoiaram os direitos da mulher e minimizaram o papel da mulher na conquista da independência.


II. Egito


No Egipto, tomado pelos britânicos em 1882, as mulheres lutaram contra o colonialismo e a discriminação. No início do século XX, o desejo de se auto-governar (ou nacionalismo egípcio) surgiu em resposta ao domínio britânico. Saad Zaghloul liderou o primeiro grande partido nacionalista “Wafd” que apelou à melhoria dos direitos das mulheres no Egipto.

Acerca da necessidade de melhorar a educação das mulheres, estas argumentaram que poderiam desempenhar papéis importantes na sociedade para além de serem mães e esposas. Deste modo, ajudaram a organizar a crescente revolução contra o domínio britânico.

A 15 de Março de 1919, as mulheres juntaram-se em greves, protestos e marchas no Cairo. Safia Zaghloul, Huda Sharawi, e Mana Fahmi Wissa lideraram milhares de mulheres numa marcha, protestando ao longo de toda a luta pela independência.

Huda Shaarawi, fundou a União Feminista Egípcia (EFU) que exigiu direitos políticos plenos, educação igualitária, e alterações à lei do estatuto pessoal para as mulheres que, muitas vezes, favoreceu injustamente os homens em detrimento das mulheres.


III. Argélia


Em 1954, um grupo chamado Frente de Libertação Nacional (FLN) lutou contra os colonialistas franceses na Argélia.

Durante a guerra pela independência da Argélia (1954-1962), as mulheres apoiaram a FLN angariando dinheiro, e como soldados, espiões, enfermeiras e cozinheiras. Serviram como espiãs na Batalha de Argel de 1956 a 1957. Trabalharam disfarçadas, escondendo mensagens, dinheiro, e armas sob os seus véus. Vestiam-se mesmo como europeus para entrar nas zonas onde os europeus viviam e plantar bombas.

Os papéis que as mulheres desempenhavam na batalha pela independência eram muito diferentes dos papéis que lhes eram permitidos na sociedade pré-colonial masculina da Argélia, no entanto, quando a Argélia ganhou a independência em 1962, a maioria dos líderes masculinos argelinos pressionaram as mulheres a regressar aos papéis tradicionais em casa.


IV. Cabo-Verde


No contexto cabo-verdiano, a partir de uma análise etnográfica dos efeitos do passado colonial pormenorizada, maioritariamente, nos valores e nas práticas contemporâneas relativos ao universo doméstico, apercebemo-nos do duplo desafio que as mulheres cabo-verdianas enfrentam hoje na constituição das suas famílias:

1: Necessitam lidar com um contexto marcado por múltiplos constrangimentos, que envolvem a carência de recursos materiais, os impactos do intenso fluxo migratório no país e a violência baseada no género.

2: Precisam lidar com os reflexos atuais de uma moralidade colonial que procurava balizar as relações no interior das famílias. A noção de uma “família saudável”, nuclear, monogâmica e patriarcal (herdada do colonialismo e reproduzida pelas instituições que determinam hoje as políticas públicas em Cabo Verde) precisa ser considerada por essas mulheres na construção dos seus projetos pessoais, à medida que evitam os julgamentos socialmente elaborados.

Navegando entre os seus desejos pessoais, os discursos que consolidam um modelo ideal de família e as condições concretas de existência, essas mulheres revelam um quotidiano muito mais dinâmico e ambíguo a contextualizar os projetos de vida familiar.

Embora frequentemente negligenciadas, as mulheres desempenharam um papel importante na luta anti-colonial.

As mulheres não aparecem muito nos registos oficiais da época porque estavam proibidas de participar no governo ou nos negócios. Em alguns casos, os governantes coloniais forçaram as mulheres a viver como os europeus pensavam que estas deveriam: como mães, esposas e donas de casa, sendo que não eram oficialmente autorizadas a desempenhar quaisquer papéis fora de casa durante o domínio colonial. Deste modo, pode-se confirmar com certidão que estas sofreram mais sob o domínio colonial do que os homens.

Apesar da sua ausência na grande maioria dos registos da época, as mulheres desempenharam papéis importantes nas lutas armadas pela independência contra os colonizadores europeus.

Decolonizing Women

Don't touch my hair

Rachael Hill
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