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O colono devia, pelo menos, saber ler e escrever e ter um ofício e os colonos enviados para Angola e Moçambique tinham baixas qualificações escolares e profissionais.

Os territórios coloniais ofereciam oportunidades acrescidas aos naturais da metrópole baseado na exploração de mão-de-obra local e à própria estrutura social construída com base em fortes barreiras raciais que protegiam os colonos e lhes garan tiam um estatuto e um prestígio inquestionáveis.

Nas colónias de povoamento na África, a segregação racial separava “não-brancos” de brancos em quase todas as esferas da vida pública e privada. Assim, Portugal estabeleceu um sistema legal e jurídico baseado em hierarquias raciais e “civilizacionais” no “Estatuto do Indigenato”, que excluía as populações indígenas dos direitos de voto e representação, destinados a proteger o caráter racial e culturalmente branco da população de colonos.


Descolonização das colónias portuguesas em África 


Durante muito tempo os colonizados dirigiram os seus esforços à supressão das injustiças sofridas como o trabalho forçado, as sanções corporais, a desigualdade nos salários, as limitações dos direitos políticos, entre outros.

Até aos anos 50, europeus tomaram como objetivo máximo a missão civilizadora, dando impulso à consciencialização social, cultural e política sob novos moldes onde poucos negros e mestiços que conseguiram ter acesso à educação.

Posteriormente, os movimentos nacionalistas surgiram e afirmaram-se como porta-vozes das aspirações dos povos indígenas das colónias portuguesas. Os organizadores destes movimentos, mostraram-se relutantes em assumir uma atitude mais pró-ativa no que dizia respeito às divisões transversais como as que passavam pelos fatores de classe, diferença de gé- nero, etnicidade, sexualidade, religião, entre outros.

O principal objetivo ds colonos era a autonomia administrativa, participando, assim, mais ativamen- te na condução dos seus próprios destinos.

Em 1974, cerca de 330.000 brancos viviam em Angola. Isto constituía a segunda maior população branca do continente africano e os brancos dominavam quase totalmente a infraestrutura da agricultura, dos transportes e da administração.

Os “imigrantes da descolonização” que aparentavam evidências de parentesco com africanos negros foram mantidos de forma muito visível e marcadamente na sociedade portuguesa como “racialmente outros”. A sua identidade foi assim involuntariamente reescrita conforme uma concepção da identidade nacional portuguesa na qual raça, nação e cada vez mais a localização podiam ser vistas como coincidentes.

Os Colonos 


Dentro das colónias, existia uma ideia do “colono perfeito”, este seria aquele que garantisse a permanência da soberania lusa nos territórios ultramarinos.

Na época, o modelo tido como o ideal era a de um colono saudável, robusto e relativamente jovem para suportar o clima dos ambientes tropicais mais hostis. As mulheres, desde que possuíssem boa resistência física, eram vistas como elementos essenciais à colonização porque da sua presença dependia a manutenção da dignidade dos colonos em África, o afastamento de todas as tentações e vícios imorais que conduzia à reprodução da família cristã.

A Descolonização de Angola e o retorno dos Nacionais

Don't touch my hair

Carolina Peixoto
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